segunda-feira, 31 de março de 2008

Dúvida



A estilista do Faustão seria a filha do Dunga?

sexta-feira, 28 de março de 2008

Wagnão Enrustido

Wagnão sempre se disse ser torcedor do Pirombolas. Time de uma cidade pacata do interior de Goiás. A caracterísitca dada pelos adversários à torcida pirombolana era de que os torcedores eram afeminados.

Os pirombolanos não gostavam dessa brincadeira, diziam que eram torcedores muito machos, e, quando a gozação começava, por muitas vezes desciam das tamancas e partiam pra cima dos demais torcedores rivais e os arranhavam e puxavam seus cabelos.

O principal rival do Pirombolas era o time do Trem de Ferro. Torcida do povo, diziam uns, sofredores, diziam outros, mas o amor a esse time era algo que transcendia, o amor levava a torcida a fazer verdadeiras loucuras para acompanhar o time em qualquer estádio que lá estivesse.

Naquele sábado à tarde, o time do Trem de Ferro jogaria no estádio municipal contra o Goiabal, time de menor expressão da região. Como de costume a torcida tremferrista estava se encaminhando em peso ao palco da partida, eram bandeiras alvi-negras tremulando por toda a avenida principal da cidade. Jorge e Inácio, amigos de Wagnão, decidiram ir até sua casa e convidá-lo para acompanhar o que chamavam de "jogo de macho". Como estava sem fazer nada, Wagnão resolveu acompanhar os amigos.

Dentro do estádio, Wagnão foi avisado que com a camisa rosa que estava usando não seria possível entrar na torcida do Trem de Ferro. Rapidamente percebeu que a saída seria usar uma camisa do time dos amigos. Não se fez de rogado, e pediu logo uma com a número 10, em alusão ao ídolo João Mangaba.

Por azar de Wagnão, estava sendo feita uma reportagem sobre o jogo para o jornal da região, e, o fotógrafo o flagrou vestindo a camisa tremferrista, e, essa foto virou capa do caderno de esportes.

Ao ver no dia seguinte a foto e o riso de toda uma cidade, Wagnão, pirambolano de coração, grita a todos:

- Eu sou da torcida da bicharada, eu sou da bicharada!

quinta-feira, 20 de março de 2008

Devora-me no Busão

Entrei no ônibus lotado, como fazia toda manhã, e dei de cara com uma loira que sempre se sentava no mesmo banco, logo após o cobrador. Porém nesse dia, ela sentou-se um pouco mais a frente. Não que eu me importasse com isso, mas nesse dia, algo não me soou bem ao ver essa cena.

Ao dar meu rico dinheirinho para pagar a passagem, inicia-se o diálogo entre mim e o cobrador:

- Colega, você mora por aqui?

Eu fiquei surpreso com a pergunta, mas respondi:

- Sim, na rua de baixo.
- Você sabia que está arrasando corações?

Tive um mini-ataque cardíaco. Mil coisas passaram em minha mente: "cacete, será que esse cobrador, está me cantando?"; "esse bigode deve arranhar" (esqueçam esse último comentário). Mesmo recém recuperado do problema súbito em minhas veias coronárias, permaneci firme, sem perder a pose e apenas levantei um canto da boca que poderia ter sido considerado um sorriso, mas era um segundo ataque cardíaco.

O cobrador do ônibus, continuou a falar:

- Tem alguém aqui no ônibus que quer muito te conhecer.

Nesse momento, veio em minha mente, quase que como uma tromba d'água, a imagem da loira sentada nos primeiros bancos do ônibus me dando um: "bom-dia-garanhão-tudo-bem?" com os olhos.

Senti um alívio refrescante no momento, algo digno de comercial de pasta de dentes feito numa praia ensolarada. Porém, meu cérebro processou rapidamente e decodificou a imagem da loira me devorando com os olhos diariamente. Aí tudo se encaixou, e, tive o terceiro ataque cardíaco. Era uma mulher daquelas que pegam o ônibus todos os dias e ficam falando alto como o patrão é ruim, como a vida é difícil sem dinheiro, como o filho não faz a lição de casa e blá blá blá... Se tem algo que não suporto em ônibus lotado é isso. Você já está lá, todo ferrado, não tem lugar pra sentar, já pisaram no seu tênis novo, e ainda por cima bate aquela sensação de que a sua marmita abriu dentro da mochila, e, ainda por cima tem que ficar agüentando as mesmas reclamações do povo todo dia? Ahhh, não dá, né?

Pra piorar, ainda havia umas garotas até bonitinhas próximas a esse fatídico diálogo, olhando pra minha cara e se mijando de tanto rir. Quase tive meu quarto ataque cardíaco, e, senti que poderia ser fulminante dessa vez.

O filho-da-mãe do cobrador nunca demorou tanto pra me devolver umas míseras moedinhas de troco, e, ainda por cima , tentou dar uma de "cupido" e me pergunta antes de liberar a catraca:

- E aí? vai querer?

Parecia que ele estava me perguntando: "estou vendendo tapioca, vai querer?"

Peguei o troco e disse:

- Próximo, vou descer no próximo.