Relato vivido por uma amiga:
Meu dia já tinha começado daquele jeito. Fui visitar uma amiga e tomar café da manhã com ela, fofocar, botar os papos em dia, ao sair sua vizinha puxa conversa comigo no elevador e diz: "sua patroa parece ser boazinha...”
Fui pra casa enfurecida. Poxa, era sábado, estava de camiseta, calça de agasalho, cabelo preso, mas calma lá, né? Me confundir com uma diarista?
Havia marcado com um colega de serviço que iria em casa arrumar meu computador.
Ele chega, um cabide com uma capa plástica daquelas de lavanderia numa mão e uma sacola plástica de supermercado com um par de sapatos na outra. Não entendi nada, o convidei pra entrar.
Depois de instalar, reinstalar, desligar, ligar, reiniciar o computador ele disse que havia terminado e que agora eu tinha um avião nas mãos. Perguntei quanto eu deveria pagar pelo serviço e ele disse que não era nada, estava tudo certo. Como a grana andava curta, nem insisti pra ele me cobrar.
- Posso usar seu banheiro Simone?
- Claro, é por aqui.
Só que antes de entrar no banheiro ele buscou a capa plástica e a sacola de sapatos.
Continuei sem entender nada. Não ia perguntar o que ele iria fazer no meu banheiro.
Cinco minutos depois lá vem Marcio saindo do banheiro vestindo um terno marrom claro, cheirando a terno guardado. De gravata, sapato. Traje completo. Feio, muito feio.
- O que é isso Marcio?
- Então, sábado vou a um casamento e percebi que meu terno está um pouco amassado, você poderia passá-lo para mim? Rapidinho, antes de eu ir embora?
Pensei: “Como é que é seu filho da puta? Quer que engraxe esse sapato ridículo também ou quer que enfie ele no seu...”
Mas como ele já havia quebrado um galho e não iria me cobrar nada pelo conserto do computador, fiquei sem graça. Respirei fundo e perguntei emputecida:
- A camisa também?
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
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